Música: a era das lives inaugura um novo jeito de fazer marketing | PodPOP em TEXTO #88

live da Lud, live da Ivete, live da Pabllo, live da Anitta, live da Marília Mendonça (10)

Live atrás de live, são tantas as lives que tem semana que a gente nem sabe a qual assistir. Mas as pergunta que fica é: elas chegaram pra ficar ou são só uma febre momentânea em tempos de isolamento social por conta da pandemia do novo Coronavírus?

Por Willians Glauber

É live da Lud, live da Ivete, live da Pabllo, live da Anitta, live da Marília Mendonça, live desse e daquele cantor, dessa e daquela cantora. Se tem uma coisa que descobrimos nessa temporada de quarentena é o poder unificador das lives.

Há quem consiga acompanhar todas, há quem fique só entre a sofrência da Marília Mendonça e o arroxa pop da Pabllo Vittar, mas algo é unânime: os fandons musicais estão adorando esse novo hábito de ícones do pop fazerem lives.

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As apresentações domésticas, umas um tanto caseiras, outras com maior investimento, são uma das pouquíssimas coisas mais positivas que podemos tirar dessa treva apocalíptica que está sendo viver no Brasil em tempos de pandemia mundial.

Por isso mesmo, vamos entender melhor o impacto disso na indústria da música pop, no marketing, na divulgação dos artistas em si e na transformação pela qual eles talvez estão tendo que passar.

Um novo marketing musical acaba de nascer
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A indústria fonográfica mudou muito nas últimas décadas.

Vendas de discos se transformaram em números no streaming; Mutirões, que pediam clipes nos canais musicais, viraram ações coordenadas de fandons para que músicos atinjam a casa dos milhões (às vezes até bilhões) de visualizações no Youtube.

Com essa transformação da maneira como consumimos música, veio a adaptação dos músicos para entender como sobreviver (lê-se ganhar milhões) na indústria. E a resposta unânime foi: shows!

Lançamento de singles, álbuns e clipes. Entrevistas para sites especializados, ensaios fotográficos para revistas e aparições em programas de televisão.

Toda a máquina de criar ícones da Música remodelou as engrenagens para suscitar nos fãs a vontade incontrolável de ver tudo aquilo de “pertinho”. Valem as aspas, porque a gente bem sabe que na maioria dos shows tudo é visto bem de longinho mesmo. Mas, enfim, sigamos.

O que significa gerar o desejo para que comprem ingressos, a fim de assistirem ao vivo às performances dos cantores prediletos.

live da Lud, live da Ivete, live da Pabllo, live da Anitta, live da Marília Mendonça (10)E com a atual impossibilidade de reunir multidões aglomeradas, descobriu-se então o poder de uma câmera ligada e da transmissão ao vivo para dezenas de milhares de fãs.

Que a partir dessas iniciativas, passaram a curtir os artistas prediletos no conforto de suas salas, quartos e até quintais.

Marcas também entenderam o poder das lives e passaram a investir em tais transmissões, fazendo uso até mesmo do termo para batizar eventos on-line que se tornaram a menina dos olhos do que os marqueteiros chamam de branding. Que significa nada mais do que um reforço da marca.

live da Lud, live da Ivete, live da Pabllo, live da Anitta, live da Marília Mendonça (10)Investimento no futuro

E se a participação de marcas trouxe fluxo de caixa a curto prazo para esses músicos que não mais podem lotar casas de show com multidões de fãs, o resultado no longo prazo também está se estabelecendo a cada nova live.

Há quem não tenha o hábito de acompanhar os artistas preferidos ao vivo e talvez esses mesmos passem a cogitar ir a algum show da cantora ou do cantor, cuja capacidade de segurar um show ao vivo está sendo visto de perto por meio dessas transmissões ao vivo.

É provável que tenhamos aqui um novo jeito de músicos menores, que não têm a chance de encher grandes casas para apresentações ao vivo, se divulgarem e mostrarem que merecem sim o investimento para que se veja a performance dele ou dela ao vivo e a cores.

live da Lud, live da Ivete, live da Pabllo, live da Anitta, live da Marília Mendonça (10)Mais possibilidades de inovação

Se forem espertas, as gravadoras de músicos de maior renome podem fazer uso das lives para que os cantores divulguem nuances diferentes dos trabalhos lançados.

Talvez uma versão acústica e intimista de um álbum recém-lançado ou a adaptação de músicas conhecidas do público para outro gênero, por exemplo.

Aqui, teremos mais espaços para que grandes nomes consigam fazer experimentações, como a Ludmilla, que anda flertando com o pagode e aproveitou o momento de lives para fazer um acústico bem pagodeiro.

live da Lud, live da Ivete, live da Pabllo, live da Anitta, live da Marília Mendonça (10)Músico, performer, entertainer

E um último ponto que merece atenção é o fato de que a proliferação das lives tendem a escancarar a necessidade, cada vez mais forte, de músicos serem performers completos.

Peguemos o Pop como exemplo: se antes o fandom da Música Pop exigia que o cantor e a cantora favoritos entregassem performances completas no palco, hoje descobriu-se a necessidade de esses mesmos cantores serem bons apresentadores e manterem a audiência engajada.

Mais do que características de bons apresentadores do próprio show, os músicos terão que desenvolver mais e mais a capacidade de serem verdadeiros entertainers.

A partir daqui, com essa abstinência de estarmos em contato com outras pessoas, demandaremos cada vez mais experiências ao vivo que sejam inesquecíveis e façam valer a pena o dinheiro investido nos ingressos.

E isso é algo importante de se frisar, porque, no pop hoje, temos grandes nomes que infelizmente não conseguem entregar uma experiência marcante para o frequentador dos shows.

Oferecendo apenas uma sucessão robótica de um setlist coreografado, com tempo de palco cronometradíssimo e o mínimo de interação possível com o público pagante (e fã).

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