Fênix Negra está a caminho, o último filme de um legado que começou em 2000, com X-Men, o primeiro filme de super-heróis que realmente conseguiu obter sucesso e abrir caminho para o que se tem hoje nesse universo. Mas desde então muitos erros e acertos foram cometidos ao levar os mutantes para a telona
Por Willians Glauber
Os fãs de X-Men estão sofrente com um mix de sensações: ansiedade por Fênix Negra, sensação de orfandade por esse fim anunciado e ao mesmo tempo uma esperança de que o melhor ainda está por vir.
Bom, hoje, vamos estabelecer algumas leves cagadinhas e acertos que a Fox fez no cinema ao adaptar esses heróis maravilhosos que são os X-Men.
O CAGADO CONFRONTO FINAL
Pois é, estava tudo indo muito bem, obrigado. X-Men (2000) é até hoje o melhor filme da franquia, X-Men 2 foi super bacana, mas ali no finalzinho do filme a gente já sabia que algo poderia dar muito certo ou muito errado no filme seguinte.
E deu MUITO ERRADO, PQP, QUE BOSTA!
A Fox não pensou a longuíssimo prazo e já quis dar um final para a saga dos mutantes nos cinemas. Afinal, o arco Fênix Negra é um dos mais extremos e perigosos dos quadrinhos e serve ora como um reboot das aventuras dos heróis ora como um grand finale.
Não deu certo, em X-Men O Confronto Final, a Fênix Negra foi super mal construída, mataram todo mundo, os efeitos foram cocô, a trama foi mambembe… E era o fim da nossa felicidade, porque com aquele tamanho de diarreia, ficaria difícil trazer novamente os mutantes para a telona.
O MARAVILHOSO PRIMEIRA CLASSE
Até que veio o super bem-vindo reboot, o xodózinho que se tornou X-Men Primeira Classe.
Com um elenco de primeiríssima qualidade e um roteiro super amarrado, grandioso porém sem ser megalomaníaco, tivemos um verdadeiro deleito mutante.
O filme conseguiu dar um frescor aos mutantes dos cinemas e trazer mais densidade e complexidade à franquia.
A TENTATIVA DE LIMPAR A CAGADA
Bryan Singer foi a mente por trás da chegada dos X-Men nos cinemas (e é sempre bom lembrar que esse foi o primeiro grande blockbuster de herói produzido por Kevin Feige).
Pois ele decidiu unir o útil ao agradável em X-Men, Dias de Um Futuro Esquecido.
A tentativa de reaver o estrago feito nos últimos filmes (X-Men O Confronto Final e X-MEN Origens Wolverine foram aquela devastação bostística) valeu super a pena.
Dias de Um Futuro Esquecido gerou muito burburinho e conseguiu homenagear o elenco antigo com muito primor, com uma trama que te prende na cadeira e faz querer ir até o fim, torcendo por aqueles heróis.
MAS A DIARREIA VOLTA, NÉ
Não sei que diabos aconteceu com o Singer (ele foi demitido depois de umas polêmicas aí), que ele decidiu que era hora de levar ninguém menos do que o Apocalipse para a franquia. O FUCKING APOCALIPSE, UM DOS MAIORES VILÕES DE TODA A HISTÓRIA DOS X-MEN NOS QUADRINHOS.
Apesar de o filme X-Men Apocalipse ter sido até que bacana, quando a gente toma uma certa distância e reassiste, vê que o Apocalipse foi mal construído.
Não ganhou a importância que tanto merecia e ainda por cima serviu mais de estilista para os seus Cavaleiros, do que qualquer outra coisa.
Por falar em Cavaleiros, poxa, com tantas inspirações, podendo se inspirar naquele plot de X-Men Evolution (depois do desenho de 1990, esse é o que melhor adapta os quadrinhos para o audiovisual), os roteiristas vão e fazem aquela porqueira?!
Nesse filme nós conhecemos personagens clássicos dos X-Men, ele marca a chegada deles nesse reboot: Jean, Tempestade, Ciclope, Jubileu…
A gente mal consegue acompanhar a rotina deles na escola do professor Xavier e já são enfiados em uma missão?!
Sem tirar que Jubileu ali foi só um fan service mesmo. Tem tantas coisas erradas nesse filme que daria pra ficar aqui parágrafos e mais parágrafos.
Mas o grande erro ali foi: querer uma aventura megalomaníaca antes de apresentar os personagens clássicos do jeito que merecem.
Desconhecemos a trajetória da Jean na escola, como ela foi parar lá, as relações dela com os outros alunos. O desenvolvimento da liderança de Ciclope, que é vomitado em poucos minutos e do nada.
Quando finalmente temos um vislumbre da origem da Tempestade, um dos personagens mais fortes e icônicos do universo dos X-Men, ela se torna apenas um peão na jogada, uma coadjuvante digna de apenas poucos minutos de tela e quase nenhum aprofundamento.
O grande barato dos desenhos dos X-Men, por exemplo, é que podíamos acompanhar o recrutamento desses mutantes, os poderes deles crescendo, evoluindo, as relações deles se estreitando.
E infelizmente a gente não teve nada disso nos filmes, em nenhum, diga-se de passagem.
OS ESPERTOS APRENDEM COM OS PRÓPRIOS ERROS, JÁ OS BURROS…
A Fox fez a coisa certa ao entregar nas mãos de Simon Kinberg (roteirista e produtos que está na saga desde o primeiro dia de set em 2000) o último filme da franquia.
Essa vai ser a estreia dele como diretor e já há elogios rasgados dos atores envolvidos sobre o trabalho dele.
Porém, no entanto, todavia, contudo, decidiram adaptar a Saga da fênix, MAIS. UMA. VEZ. CARAIO!
Poxa, a gente não conseguiu conhecer os personagens principais lá em X-Men Apocalipse, daí eles vão e pulam 10 anos, DEZ ANOS, e enfiam os mutantes em outra super jornada. NÃO!!!
Tudo o que aconteceu nesses 10 anos com esses novos personagens do reboot, que já são queridos dos fãs das HQs, ficou sem ser presenciado.
A evolução deles enquanto pessoas e mutantes, o estreitamento das relações deles, tudo, tudo isso aconteceu sem a gente acompanhar. Como, o espectador, vai criar um vínculo com os personagens, se não os conhecem a fundo?
Foram muitas as frustrações. Agora nos resta aproveitar essa última aventura e torcer para que o Marvel Studios dedique tempo, esmero e muito trabalho árduo para que os X-Men sejam adaptados para as telonas como tanto merecem. QUE VENHA O REBOOT SOB A TUTELA DE KEVIN FEIGE!
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