Maid é mais uma minissérie original Netflix que desde a estreia fica entre as mais vistas da plataforma. Com muita dose de realidade, ela traz à tona temas delicados e necessários
Por Maricota
“A caminhada será dura, mas chegaremos no topo”.
Maid conta a história de Alex, uma jovem mulher e mãe de Maddy, de apenas 3 anos de idade. Após um incidente envolvendo mais um episódio de alcoolismo de seu namorado Sean, Alex sai de casa no meio da noite.
Encontrando algumas portas fechadas pelo caminho, descobre a existência de um centro de apoio para vítimas de violência doméstica. Eis então que sua jornada transformadora se inicia.
Desempregada e visivelmente lidando com o choque inicial do trauma, Alex procura ajuda do governo, com programas de auxílio, afinal precisa encontrar uma forma de também subsidiar a creche de sua pequena enquanto procura um emprego.
A sua assistente social indica Value Maids, uma empresa de limpeza que paga doze dólares a hora, porém todos os suplementos e itens devem ser disponibilizados pela própria diarista.
Margaret Qualley já tinha entregue uma excelente performance como a filha rebelde em The Leftovers, porém aqui, carregando a trama inteiramente com seu talento, Qualley brilha ao dar vida a uma jovem mulher e mãe, cuja realidade encontra equivalência na vida real e infelizmente é comum em tantos ambientes familiares, principalmente o brasileiro. O espectador se conecta facilmente com Alex desde o início da trama.
A sua química com a pequena prodígio Rylea Nevaeh Whittet, intérprete de Maddy, é o coração da história, emocionando a todos desde seus momentos ao caminharem pela floresta até a longa travessia para a ilha vizinha, local onde Alex conhece Regina (Anika Noni Rose), uma advogada ricaça que se transformará numa peça importante para as mudanças que Alex tanto procura.
Nick Robison dá diferentes camadas a Sean, personagem muito diferente de tudo o que ele já havia feito até então.
Maid é um retrato triste do abuso e da violência geracional que impacta incontáveis famílias, além dos problemas financeiros e sociais que assolam milhões, não só de norte-americanos por todo o país, como do próprio Brasil.
Baseada no livro de Stephanie Land, a minissérie foi criada por Molly Smith Metzler, cujos créditos incluem as séries Shameless e Casual.
Com dez episódios bem construídos e redondos, Maid tornou-se a minissérie mais vista da Netflix, ultrapassando o grande sucesso do ano passado, O Gambito da Rainha.