O grupo Rouge foi um sucesso avassalador nos anos 2000, Karin Hils, Aline Wirley, Lu Andrade, Fantine Tho e Patrícia (que hoje prefere ser chamada de Li Martins) lotavam shows Brasil a fora, venderam milhões de cópias de seus discos e foram onde nenhuma girl band nacional conseguiu chegar no Brasil
Por Willians Glauber
O dia 4 de fevereiro de 2018 vai ficar marcado na vida da Nação Rouge (como se autointitulam os fãs do grupo) por conta do retorno das meninas ao cenário musical com o clipe e o single Bailando.
A sonoridade marcava ali um resgate do que o grupo pop foi entre 2002 e 2005.
Um breve histórico da girl band
A gir band, nascida do programa Popstars, havia fechado um contrato com a Sony Music Brasil de quatro álbuns na época e cumpriram até o fim.
Bom, quase todas elas, porque a integrante Lu Andrade deixou o grupo logo depois do lançamento do segundo álbum.
Tudo isso para contextualizar um retorno aguardadíssimo pelos fãs, que desde o término do grupo há quase 15 anos, vinham pedindo o retorno das cinco aos palcos.
Volta, Rouge, PELAMORDEDEUS!
Os pedidos, clamores, choros e ranger de dentes foram ouvidos por elas e pelo abençoado Pablo Falcão, empresário responsável pela organização de festas famosas, como o Chá da Alice.
Desde que o anúncio do retorno das meninas ao posto de popstars brasileiras foi anunciado no final de 2017, tudo foi mobilizado para que o retorno fosse inesquecível: shows inéditos anunciados; turnê nacional sendo organizada; lançamento de single; ações promocionais pelas principais capitais (como o gigantesco cartaz em uma das maiores estações de metrô da cidade de São Paulo); e a chegada de toda a discografia do grupo às plataformas digitais.
Vale lembrar que o grupo Rouge fez sucesso avassalador em uma época de CDs físicos, de quase zero movimentações em mídias sociais (só não era nulo por conta da existência e uso do Orkut) e divulgações que se restringiam a emissoras de rádio e Televisão.
Rouge e a Globo
Outro ponto que curioso é o fato de as meninas terem conseguido um sucesso a nível nacional sem nunca terem pisado em qualquer programa de rede Globo.
A primeira aparição das cinco na emissora viria só em 2018, ao conseguirem lançar o single Bailando em rede nacional no programa do Faustão.
Bom, voltando para esse retorno que toda Nação Rouge merecia…
Foi um sonho poder ver as meninas no palco. Essa pessoa que vos escreve mesmo, foi em todos os shows que vieram pra São Paulo.
Muitos dos fãs, na época em que o Rouge fez sucesso, não tinha idade para ir a shows, pelo menos não sem a companhia dos pais.
Esse pode ser o fato de todos os shows da nova turnê do Rouge ter tido tanto sucesso, pois todos aqueles que não podiam ir naquela época, hoje já trabalham e podem custear a ida em quantos shows quiserem.
Rouge empoderado e empoderador
Com a turnê, veio single novo e empoderado, o Dona da Minha Vida, que também ganhou clipe e foi para as plataformas digitais de streaming no dia 31 de agosto de 2018.
O discurso feminista e de empoderamento da mulher ganhou voz em diversos sites e os fãs aprovaram o novo som cheio de posicionamento das meninas do Rouge.
Mas ali, já começou a se notar uma diminuição na intensidade da divulgação.
Entendendo o porquê desse novo fim
Talvez ali elas, a gravadora e o empresário Pablo Falcão já começassem a notar que o retorno tão aguardado talvez tivesse que ter uma data de validade.
E entra na soma também o fato de uma girl band ser algo caro de se manter. Imagine só, tudo ali era vezes cinco: hospedagem, roupas, maquiagem, voos, alimentação, cachê, o conciliar de agendas…
A conclusão a que se chega é que elas custam muito mais do que um único cantor, por exemplo, e por consequência precisam apresentar lucro muito maior para justificar seus custos.
Mesmo as meninas terem apresentado bons números nas plataformas digitais, se posicionado bem nas visualizações de seus novos clipes no YouTube e lotado todos os shows que se propuseram a fazer, parece que não foi o suficiente.
Infelizmente, a indústria atual da música requer que um artista que seja muito mais um vendedor de si. Que ele represente uma oportunidade para as marcas ganharem dinheiro e sejam uma vitrine de seus produtos e serviços, do que um artista em si.
O talento, hoje, fica lá no fim da lista de pré-requisitos para se dar bem no mercado fonográfico.
O melhor exemplo disso são os diversos cantores e cantoras que fazem sucesso sem necessariamente serem talentosos musicalmente falando.
As cinco integrantes do Rouge são talento puro, nato, genuíno, poderoso. A indústria musical de hoje, altamente comercial, canibalista e interesseira não está pronta pra tanto.
Não foi fácil
O trabalho para essa come back foi árduo, tanto das meninas, quanto de toda a equipe envolvida com o grupo.
O desgaste físico e emocional também pode ter entrado na balança: Fantine mora na Holanda com a filha e precisava ir e vir para cumprir os compromissos com o grupo; Li tem uma bebê que acabou de fazer um aninho de idade; Aline também tem um filho de 4 anos que sente sua falta; Lu tinha dois cachorros que precisavam de cuidados na sua ausência; Karin, no início do retorno, conciliava sua agenda com seu trabalho de atriz.
Não, o retorno delas não foi fácil. Sim, exigiu sacrifícios… E elas fizeram tudo isso pelos fãs.
Ótimas lembranças e presentes para os fãs
Mas a despedida está sendo em grande estilo:
– Elas cantaram para dezenas de milhares de pessoas no Z Festival, no final de 2018;
– Solo Tu, single que faz parte do EP 5, ganhou um videoclipe lindo e a escolha foi dos fãs;
– No dia 1 de fevereiro as meninas vão disponibilizar mais cinco faixas inéditas (que acompanharão as cinco já ouvidas no EP) no quinto (e muito provavelmente último) álbum de estúdio do grupo Rouge, que ganhará o título de Les 5inq.
Além das músicas inéditas e do clipe praiano e cheio de sensualidade, Li, Fantine, Aline, Karin e Lu deixaram gravado um especial, um projeto intitulado Rouge Sessions, que vai trazer versões acústicas dos maiores hits da amada girl band brasileira.
Nação Rouge, PREPARE-SE, porque essa despedida vai render muita, muita emoção!
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