Game of Thrones, sexto episódio da 8ª e última temporada: o final de GOT desagradou a muitíssimas pessoas, havia fãs revoltadíssimos assim que o fim de tudo foi ao ar. Mas agora nos resta nos conformarmos, né, fazer o que!
Por Willians Glauber
A gente aqui precisou de um tempinho pra digerir o que nos foi entregue como O FIM DE GAME OF THRONES. Com certeza muita coisa poderia ter sido resolvida de maneira diferente, mas isso só seria possível se a série tivesse mais um tempinho de vida.
A impressão que esse último episódio deixou é a de que tudo realmente precisou ser fechado às pressas: os arcos dos personagens principais e a trajetória traçada para cada final.
A MORTE DA “RAINHA LOUCA” OU A MORTE DE UMA GRANDE PERSONAGEM
A primeira cena da Daenerys nesse último episódio já fez uma alusão ao Anjo da Morte, com aquele take mostrando as asas negras de Drogon como se fizessem parte de Dany.
A imagem de rainha louca foi fortemente desenhada para que nossa Khalessi a usasse como mortalha. No final das contas, ela estava sedenta de vingança e fez o que fez para isso: VINGAR-SE!
Foram tantas perdas, em um espaço tão curto de tempo, que ela só queria se vingar do que representava suas perdas: Porto Real e tudo o que ali estava.
Não estou justificando a ação dizimadora da Dany como certa, longe disso, mas apenas dizendo que uma personagem tão grande, com uma evolução tão complexa e bem-construída, não deveria ter sido marginalizada à loucura e pintada como vilã nos últimos episódios da série.
O último diálogo de Dany com Jon Snow foi criado essencialmente para justificar a morte que viria segundos depois. O fato de ela se achar a dona de toda e qualquer verdade, do que é certo, demonstrou sua “loucura”, consequente do poder que havia conquistado até ali. Estava dada sua sentença de morte.
Ok, eu sei, eu sei que ela falou lá atrás que iria conquistar o que é dela por direito com fogo e sangue, mas, poxa, daí a transformá-la em louca desvairada?
Desde que Khalessi começou a exercer sua função de rainha, ela precisou de conselheiros experientes para ajudá-la a entender o que daria certo, o que seria realmente justo e o que soaria extremista demais.
Dany ficou em uma posição sem ter a quem recorrer nos momentos de desespero, de incertezas. Todos aqueles que ela aprendeu a amar e a respeitar morreram. O último conselheiro dela, aquele em quem ela achou que podia confiar a traiu.
O mais novo amor de sua vida passou a renegá-la pela descoberta de serem parentes. O que restava a Daenerys senão a vingança. E a partir dali ela sabia que estava sozinha e que precisava agir sozinha.
QUE BAITA INJUSTIÇA COM O JÃO DAS NEVES
Vamos combinar que o retorno de Jon Snow para a Patrulha da Noite foi muita cachorrada, né?
Poxa, o cara devotou a vida dele até ali a salvar outras pessoas, a lutar pelo bem comum, se abdicou de tudo e de todos em prol de algo maior que ele.
E no fim de sua jornada, o que ele ganha é uma condenação vitalícia para continuar servindo.
Diante das opções de final que restavam para Jon e Dany, ele matá-la foi a menos pior, digamos assim. E vale ressaltar que todos esses finais dos personagens são exatamente iguais aos que sairão no sexto livro de George R.R. Martin no último volume da saga Crônicas de Fogo e Gelo.
O que ficou muito a desejar foi a mudez de todos quando se tratou de contar quem Jon Snow realmente era, afinal, ele era o rei por direito.
Ficou subentendido que eles, lá em Westeros, queriam realmente quebrar a roda e colocar alguém no poder que não tivesse relação com qualquer família e que não pudesse fazer a questão de hereditariedade se tornar um problema no futuro. Mas… Ainda assim… Poderia ter tido algum impacto o fato de Jon ser um Targeryen.
Até se Jon fosse levado por Drogon para os dois viverem juntos nas cavernas seria mais aceitável do que aquele fim.
TYRION, O CONSELHEIRO, O SÁBIO, O TUDO… MESMO PRISIONEIRO, HEIN!
Mesmo prisioneiro, Tyrion se mostrou o pica das galáxias, sugerindo a melhor solução para o grande problema de falta de rei ou rainha em Westeros.
E é sempre bom lembrar que esse Tyrion é mesmo que entrou numa cripta com cadáveres quando o vilão ressuscitava mortos; Acreditou na irmã mentirosa e manipuladora; Implorou pela rendição e/ou compaixão da irmã mais filha da puta que pudesse existir. Enfim, foi isso, né.
O personagem perdeu a essência, emburreceu e de repente ficou espertalhão de novo e discursou para a realeza de Westeros. E como se não bastasse, óbvio, se tornou a Mão do novo rei.
BRAN, O REI?
Ao que tudo indica, esse também é o fim da Guerra dos Tronos nos livros. Mas é bom reforçar que o prórimo livro de R.R. Martim terá centenas de páginas para justificar esses finais todos, um tempo de maturação que a série não teve.
Bran ficou afastado por inúmeros episódios nesses últimas duas temporadas e embora tenha sido realmente a escolha mais sábia para ocupar o lugar de Rei de Westeros, nós espectadores ficamos pouco ou nada felizes pela conquista dele.
A apatia do personagem, que deixou de ser nosso Branzinho quando se tornou o Corvo de 3 Olhos, resvalou nos fãs, que ficaram apáticos diante da solução.
ARYA, A DESBRAVADORA DO DESCONHECIDO
Um dos únicos finais que fizeram jus ao personagem foi o de Arya Stark.
O fato de ela se tornar uma desbravadora de lugares desconhecidos, de acabar sendo a exploradora de Westeros, casou muito com a essência independente e empoderadora da Arya.
Talvez se ela tivesse ficado só ali em Winterfell, como braço direito e defensora da irmã, teria sido bem brochante.
SAÚDEM A RAINHA SANSA!
Sim, nossa Sansa Sensata se tornou Rainha de Winterfell.
O desfecho da personagem, que desde menina dizia ser esse seu destino, chegou da melhor maneira possível, com ela tendo maturidade, vivências e histórias suficientes para justificar sua ascensão ao trono.
Esse é mais um dos (dois) únicos finais com o que eu fiquei mega feliz e realmente fez jus à personagem.
A trajetória traçada para a personagem e tudo pelo que ela precisou passar deram o peso necessário para que ela usasse a coroa.
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