Crítica. Antes de tudo, quem a gente pensa que é pra ficar criticando se um filme é om ou não, né? Se vale a pena ver uma série ou não? Mas, ao mesmo tempo, a gente vai desenvolvendo uma capacidade analítica pra entender os pontos altos e baixos das produções
Por Willians Glauber
Nunca fui muito fã de críticas, reviews, chame como quiser. E tenho certeza de que esse ranço começou justamente no dia em que eu confiei em uma para escolher qual filme veria naquela noite no cinema.
Eu estava com preguiça de escolher e fui logo no Guia da Folha, que elencava os melhores filmes da semana.
Vi que A Árvore da Vida estava bem ranqueado e me decidi por aquele. Alguns minutos depois diante da telona eu me arrependi da escolha. Juro, que minha vontade era só sair dali e pedir meu dinheiro de volta.
LIÇÕES APRENDIDAS
Mas o episódio me ensinou várias coisas que acho bacana compartilhar com você e aí a partir disso vou fazer minha análise sobre as críticas e reviews de séries, filmes e até música, que inundam muitos dos sites que falam sobre Cultura Pop.
Uma das grandes lições foi o fato de que talvez você não seja a audiência para aquele tipo de filme ou não esteja pronte para enxergar o que outros já enxergaram ali.
E quem escreveu a tal resenha com as cinco estrelas não só estava pronto, como também era o público-alvo daquele tipo de obra. E até aí, tudo bem.
Portanto, o primeiro aprendizado é o seguinte: em 99% das vezes, a crítica sobre determinada obra é baseada não só no repertório artístico de quem a produz, mas também no contexto de vida; Experiências; Traumas que já teve com outras produções; Gostos pessoais; E uma série de outras nuances que vão sim interferir no julgamento daquela pessoa.
IMPARCIAL? NEUTRA?
Logo, entendemos que não existe, em hipótese alguma, em nenhum site de entretenimento do planeta Terra, uma crítica, review ou resenha imparciais, neutras.
A partir do momento que quem a produz escolhe um ou alguns ângulos de visão e deixa outros de lado, ela já está sendo parcial.
Outra lição aprendida em relação a críticas de séries e filmes é justamente o fato de que algumas vezes, ou melhor, muitas vezes, aquela pessoa está criticando positiva ou negativamente a obra pelo simples fato de ela não ter gostado. Sem argumentos, sem prós e contras, apenas gosto mesmo, o que é a coisa mais subjetiva da vida.
E desde que ela explicite isso na tal crítica, talvez seja até válido, mas aí passa a ser uma expressão de opinião sobre a tal obra e não uma crítica realmente bem desenvolvida, com argumentos que corroborem e justifiquem os apontamentos.
Dito isso, a próxima lição aprendida é o fato de que não dá para, não podemos e não devemos nos amparar única e exclusivamente em uma crítica ou resenha para saber se o filme é “bom” ou não.
O que muitos entre os que consomem Cultura Pop acabam fazendo.
APENAS UMA BÚSSOLA
Acredito que seja melhor, para a indústria do entretenimento e pra nós que consumirmos, usar as críticas, reviews, resenhas, como meros indicadores, simples sugestões de porquês aquele filme, álbum de música ou aquela série pode ser considerado bom ou não.
Porque só você consumindo aquela obra e com base no seu próprio repertório, nas suas experiências e no seu contexto único, só assim você vai decidir se aquela obra é boa. E boa para você, porque para outros ela pode ser ruim, mediana, como vice e versa.
Paremos de deixar para o crítico, para o reviewr, para o analista de entretenimento ditar o que é bom, o que é ruim, o que tem qualidade, o que não tem, e tiremos nossas próprias conclusões a partir da nossa experiência.
Um filme protagonizado por personagens negros pode ser apenas um clichês batido para um crítico branco, mas os clichês desse mesmo longa vai significar uma conquista e tanto para o expectador negro que muitas vezes está se vendo representado pela primeira vez em uma das tantas histórias “batidas” protagonizadas por personagens brancos.
Uma crítica “ruim” pode significar a ruína do trabalho de centenas de pessoas que participaram dos bastidores daquela produção e destruir até mesmo carreira.
Deixemos que a vontade sincera da maioria do público-alvo daquela obra dite se ela é ruim ou boa, se ela merece ser assistida nos cinemas ou aguardada para ser consumida via sites de streamings ou on demand.
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