O Seminarista, livro clássico brasileiro do autor Rubem Fonseca, é uma boa pedida aos fãs do submundo urbano e matadores de aluguel
Por Karla Kélvia
Rubem Fonseca, que morreu em 2020 aos 94 anos, sempre foi um dos meus escritores favoritos. Com uma experiência de vida de quem conhecia todas as figuras e paisagens do submundo urbano (porque foi policial) assim como do high society (porque também fora empresário), nada na escrita dele soa forçado, pelo contrário: o jeito seco, objetivo, a linguagem que mistura aspereza e palavrões, até, ao invés de afastar, causa fascínio.
O Seminarista é a história de Zé, um matador de aluguel que decide parar com seus serviços depois de se ver entediado daquilo. Apesar de ter hábitos bem simples, como almoçar em restaurantes por quilo, ele é culto e profundo conhecedor de literatura.
O título do livro e a erudição do personagem vêm do fato de que Zé foi seminarista quando jovem, o que o torna um latinista do tipo que insere uma expressão do latim antigo em quase tudo.
Tudo muda quando ele conhece uma alemã linda e misteriosa, que faz o então homem sem passado nem emoções se sentir realmente rendido a ela.
Em meio à paixão e às trocas culturais com a amada (e é nesse momento em que Rubem mostra que transitava muitíssimo bem entre universos completamente distintos), ele se vê obrigado a voltar aos tempos de matador, já que envolvem a ele, seu ex-chefe, a quem chama de “Despachante” e a sua musa em crimes cheios de violência e mortes.
Se vale a pena?! Qualquer coisa que tenha a assinatura dele vale, com certeza! Nesse romance há ação, certa dose de cinismo e sarcasmo, emboscadas, linguagem forte e sangue. Se você gosta do gênero policial, Rubem Fonseca é um dos mestres para ler.
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