As Golpistas, filme baseado em fatos reais que possivelmente pode levar a atriz Jennifer Lopez a ser indicada ao Oscar pela primeira vez, é entretenimento dos melhores e traz ótimas mensagens para o público
Por Willians Glauber
As Golpistas, filme estrelado por Constance Wu e Jennifer Lopez, estreou no Brasil e a surpresa não poderia ter sido melhor. Sem qualquer expectativas, fui mais para apreciar o trabalho da J Lo, que quis se desafiar a um papel diferente de tudo o que já fez nas telonas. E entender qual a história desse grupo de mulheres.
Bom, na trama a gente acompanha um período de 8 anos da vida de Destiny, uma stripper que tenta fazer dinheiro honestamente para ajudar a avó, única família dela.
E então, entra na história a experiente Ramona, interpretada por Jennifer Lopez, alguém por quem a protagonista passa a nutrir uma admiração tamanha, quase materna pela veterana da noite. E à medida que os laços das duas se estreitam, as coisas começam a ficar mais perigosas.
O filme não quer ser pretensioso e se propõe a ser palco para que conheçamos as histórias dessas mulheres que se viram precisando fazer dinheiro das maneiras mais criativas que podiam encontrar naquele momento.
Basicamente, sem qualquer spoiler, é isso.
A J LO PODE MESMO CONCORRER AO OSCAR?
A Jennifer Lopez realmente elevou o nível de atuação dela até o talo. Fica bem nítido que ela conseguiu usar toda a experiência e ferramentas adquiridas nos muitos e muitos anos de trabalho como atriz.
Vale lembrar que a “Jenni from the Block” atua desde 1986, ano de seu primeiro trabalho como atriz, e só anos depois foi para a música.
Em As Golpistas, ela acrescentou diversas camadas de complexidade na personagem e conseguiu dar o tom certo que a trama pedia: uma mulher muito sagaz, esperta, generosa com as pessoas, mas focada exclusivamente no dinheiro.
As motivações da coadjuvante ajudam a entender por que faz determinadas coisas e o perfil maternal deixa as coisas ainda mais interessantes.
A HISTÓRIA É BOA?
Um perfil de personagem que foi desenhado na vida real. O filme se baseia em uma reportagem feita pela jornalista Jessica Pressler em dezembro de 2015 para a edição da revista New York. Ela entrevistou as mulheres que inspiraram as personagens vividas por Constance e Jennifer.
O desenrolar do que acontece na vida da stripper é realmente interessante, tem como pano de fundo a grande crise de 2008 dos EUA.
E tem como mote a necessidade desesperada de as pessoas fazerem dinheiro em um período no qual o dinheiro se tornou algo escasso.
Diante disso, as mulheres da da história se veem obrigadas a se tornarem cada vez criativas, uma vez que os grandes mecenas de sua “arte” eram justamente os magnatas de Nova York, atingidos em cheio pela precariedade do mercado financeiro na época.
O que vemos é o desabrochar de uma grande amizade entre duas mulheres bastante diferentes, que precisa se adequar às necessidades de cada uma individualmente, bem como aos objetivos que ambas têm.
Mas à medida que as coisas vão ficando mais perigosas, nota-se que as semelhanças entre as duas não são tantas quanto imaginávamos.
E A DIREÇÃO?
Costurar todas essas nuances e ainda lidar com um período de tempo muito espaçado não era um desafio pequeno, mas a diretora Lorene Scafaria não só deu conta do recado, como conseguiu tirar o melhor das atrizes.
Lorene é muito consciente do que cada atriz pode somar no filme e entende que a sinergia entre todas as personagens precisa transparecer honesta, verdadeira a ponto de acreditar na união delas.
A diretora faz boas escolhas na hora de dar o tom do filme e dosa com equilíbrio a comédia e o drama.
Outro ponto alto dela, dessa vez como roteirista, é a preocupação de colocar na tela personagens principais que “se banquem”, que sabem o que querem e têm objetivos bastante claros.
O filme é (muito bem) dirigido pela (relativamente) novata de Hollywood Lorene Scafaria, que também ficou a cargo do roteiro e produziu. No elenco estão Constance Wu, como Destiny; Jennifer Lopez, como Ramona; Julia Stiles, como Elizabeth; Mette Towley, como Justice; Wai Ching Ho, como Avó de Destiny; Keke Palmer, como Mercedes; Lili Reinhart, como Annabelle. J Lo foi também produtora executiva do longa.
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