Fate: A Saga Winx, nova série original Netflix, apostou em adaptar a história das fadinhas com uma roupagem mais sombria e contemporânea. Mas não é o suficiente para emplacar múltiplas temporadas
Por Willians Glauber
Este texto NÃO contém spoilers!
Quem acompanhava o Bom Dia e Cia nos anos 2000 (entre os espectadores estavam crianças viadas como eu), já sabia que teria uma aventura cheia de magia quando começava a tocar… “Sei que você vai querer ser uma de nós”.
O desenho animado O Clube das Winx é uma série italiana que estreou lá em 2004 e teve sua oitava temporada em 2019. Na história, guerreiros de todo o universo estudam na Faculdade Alfea, para melhorarem seus poderes sobrenaturais. Bloom chega da Terra para se unir a todos eles em busca de descobrir suas habilidades mágicas.
Alterando vários conceitos e adaptando a produção original, Fate: A Saga Winx estreou na Netflix com um tom bem menos psicodélico do que a animação e escolheu atmosfera um pouco mais sombria para o pano de fundo.
Na história da nova série original Netflix, Bloom chega no universo paralelo das fadas para estudar na escola Alfea, que fica no reino de Solaria. Nesse mundo mágico há sete reinos diferentes.
Os pontos fracos
O que mais incomodou foi o seguinte: a construção fraca da amizade das fadinhas Winx. Os laços entre elas acabam basicamente se dando só por preocupação e amizade com a Bloom. Talvez seja interessante estreitar mais os laços delas na próxima temporada, colocá-las em ação juntas.
E isso faltou muito! Em nenhum momento elas se unem de verdade, todas juntas, como uma time mesmo, pra combater as ameaças. Até tem um trabalho em equipe, mas não foi suficiente pra construir uma relação mais forte e crível das cinco.
Sem tirar que temos pouquíssimo contato de como é o treinamento delas em Alfea. Tirando umas cenas aqui e outras acolá, em resumo a gente só três aulas que elas têm na escola. Ao “vender” a série pra gente, a Netflix prometeu que as personagens treinariam ali, descobririam seus poderes… E a gnete tem 10% disso! Frustrante.
Os pontos fortes
Todas as personagens principais fadinhas são carismáticas à sua maneira. Tentou-se ao máximo construir o contexto de cada uma delas, ainda que algumas de maneira muito corrida.
Os seis episódios foram uma escolha muito acertada dos roteiristas, porque deixou a trama sem o que a gente chama de barriga, o famoso enche-linguiça. Com um enredo mais ritmado, temos aquela sensação de que a aventura vai acontecendo numa crescente.
As fadinhas ganharam personalidades que conversam muito com a sociedade atual, trazendo à tona temas como o empoderamento feminino, relação com o próprio corpo, feminismo, sororidade… E todas são muito diferentes umas das outras, o que dá mais veracidade e pluralidade à história.
Por falar nisso, precisamos comemorar o fato de termos diferentes exemplos de mulheres no fronte: a gorda, a negra, a branca, a morena, a ruiva…
O que dá pra melhorar
Acho que o principal a ser feito a partir de agora é elaborar uma trama que consiga conectar melhor as fadas e inseri-las num combate contra uma ameaça que coloque todas em risco, forçando-as a se unirem ainda mais.
Se os roteiristas seguirem o que aquele final deixa no ar, é bem possível que isso aconteça sim e essa procura da Bloom fique mais em segundo plano. Algo que seria ótimo, porque ninguém vai aguentar só essa motivação da primeira temporada pra ela o tempo todo.
Outro aspecto que seria incrível de se explorar é a evolução e o treinamento dos poderes delas, pra gente entender melhor como se daria a transformação de todas, o potencial que cada uma das fadas do elenco principal pode alcançar.
A consequência disso seria também a expansão desse universo, assim entenderíamos as origens das fadas, talvez até um vislumbre dos outros reinos.
Toda semana tem textos e vídeos novos.
Mande um e-mail pra gente:
contato@podpop.com.br
