Amor Sublime Amor se tornou um grande clássico, vindo originalmente da Broadway, o musical conquistou fãs ao redor do mundo e ganha repaginação moderna pelas mãos de ninguém menos do que Steven Spielberg
Por Maricota
Editado por Willians Glauber
Inspirado em Romeu & Julieta de William Shakespeare, West Side Story (Amor, Sublime Amor no Brasil) é um cultuado musical que teve sua estreia na Broadway em 1957.
Com música de Leonard Bernstein e letras de Stephen Sondheim, a história explora o conflito entre as gangues dos gringos Jets e os porto-riquenhos Sharks, em meio a isso temos a avassaladora história de amor entre Tony e Maria.
Steven Spielberg dirige o seu primeiro musical, conseguindo assim concretizar um grande sonho que tinha, reimaginando um dos grandes musicais da História, cujos clássicos números pareciam não explorar o cerne de sua história. Escolher não colocar legendas nos diálogos em espanhol foi um dos vários acertos de seu remake.
Uma vez consertado o deslize quanto a representar a comunidade latina no longa original de 1961, Amor, Sublime Amor é um retrato da gentifricação urbana, exposta claramente em sua primeira cena. West Side, povoado por imigrantes, sofre a dura realidade do despejo.
Riff (Mike Feist) e os Jets se digladiam com Bernando (David Alvarez) e os Sharks, dedicados durante anos ao ódio mútuo. Maria (Rachel Zegler), irmã mais nova de Bernardo, conhece Tony (Ansel Elgort), que contrário ao melhor amigo Riff, tenta mudar seu destino após ficar um ano preso.
Dotada do chamado “perigo triplo” (canto, dança e atuação), Ariana DeBose (atriz que fez parte da companhia original do musical da Broadway Hamilton) é a responsável por alguns dos momentos mais impactantes do musical.
E a responsabilidade dela é grande. Mas não decepciona, a atriz calça com maturidade e maestria os saltos que uma vez pertenceram a Rita Moreno, a Anita do filme de 1961. A atriz, inclusive, ganhou o Oscar pelo papel.
Ariana, a Anita de 2021, celebra principalmente a representação de uma personagem latina negra. Já Moreno retorna como a porto-riquenha Valentina, viúva de Doc (personagem do original), proprietários da mercearia local.
Dentre clássicos como “Maria”, “Somewhere” e “Jet Song”, é a vibrante “America” e a tocante “Tonight” que seguem ecoando toda a essência desta bela e trágica história de amor.
Um remake, quando feito da maneira certa, eleva o material original. O roteiro de Tony Kusnher evidencia com inteligência e sensibilidade a intolerância sociocultural, os sonhos despedaçados e a eterna busca por pertencimento, seja a um território específico ou a algum grupo, mesmo que do lado “inimigo”.
Amor, Sublime Amor é um dos grandes destaques, desde já, para a temporada de premiações que se inicia justamente depois da estreia do longa nos cinemas.