Meninas Selvagens é um livro que te prende pela escrita, trama e pelos personagens. Uma leitura imperdível para quem gosta de histórias envolventes
Por Karla Kélvia
E se de repente seu corpo começasse a se transformar em algo totalmente bizarro? Se um olho estourasse, se aparecessem guelras, uma segunda coluna, se sua mão ficasse escamosa e prateada…
São coisas assim que há cerca de um ano e meio acometem as meninas da escola Raxter, localizada numa ilha de mesmo nome, vizinha a uma base naval no Maine.
A responsável por isso é uma doença que elas chamam de Tox, que estranhamente atingiu a todos os seres vivos do local, plantas, animais selvagens e claro, até os humanos.
A maioria não sobreviveu a tantas transformações, mas ainda sobrevivem a diretora, a professora Welch (a mais jovem delas) e meninas como Reese, Byatt e Hetty.
O trio de amigas foi atingido de diferentes formas, e a “cola” dele é Hetty, que narra a maior parte do livro. Amorosa, corajosa e fiel aos seus sentimentos, ela é do tipo que não deixa quem ama, mesmo quando Byat parece ter um comportamento ambíguo e Reese é um poço de introspecção e agressividade.
Ele está sendo vendido como uma “emocionante história de terror feminista sobre três melhores amigas que estão em quarentena em um colégio interno”.
Claro que na época em que vivemos de Covid-19, os termos quarentena e epidemia me fizeram pensar seriamente se leria o livro ou não, para evitar gatilhos, porém, ao contrário do que eu imaginei que ele pudesse despertar em mim, foi emocionante da melhor forma, tenso, mas, ao mesmo tempo, a narração objetiva e enérgica de Rory Power não me deixou desgrudar das páginas; a Tox parece ser algo esquisito e crível ao mesmo tempo; as personagens, principalmente Hetty, e seus sentimentos que estão entre a amizade e a paixão por Byatt e Reese são o coração pulsante da história. Enfim, vale muito a pena ler, há sustos, drama, suspense e adolescentes em ebulição, literalmente, na medida certa.
E essa capa é linda, né?!
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