I May Destroy You é uma série que traz à tona temas que infelizmente precisam ser frisados, lembrados, debatidos e principalmente combatidos!
Por Maricota
Antes de começar, vamos ao aviso:
O texto contém conteúdo sensível envolvendo exploração sexual que poderão causar gatilhos.
Conheci Michaela Coel por causa de Chewing Gum, sua pequena criação para o canal britânico Channel 4. Anos depois, ela fez parte de outras produções como a minissérie Black Earth Rising, mas nada que pudesse vir a ser comparado com I May Destroy You.
Resignificando a narrativa do trauma e da dor causada pelo abuso sexual que sofreu, Coel conseguiu liberdade artística e financeira para contar sua história no formato de série de TV.
Unindo-se à HBO, após declinar uma proposta um tanto exploratória da Netflix, a série estreou sem muito alarde, porém logo recebeu elogios por sua intensa reflexão graças à maneira com que apresenta a jornada da Arabella.
Depois de ganhar notoriedade com seus tweets irreverentes , a escritora iniciante assina um contrato a editora Henny House e enquanto trabalha nos primeiros rascunhos para apresentar à seus agentes, é drogada e violentada num bar londrino durante uma noite que havia saído com seus amigos.
Usando do humor e uma honestidade viceral, Arabella destrava pouco a pouco as repercussões do trauma e ao longo do caminho reavalia seu papel como mulher, algo que ela mesmo classifica como secundário, considerando que ser negra e pobre sempre falaram mais alto.
Encarando manifestações machistas, além de outra forma de abuso, Arabella precisa entregar o que está acertado no contrato que assinou em contraponto àquilo que deseja mesmo falar.
Seu grupo de amigos são presentes, ajudando-a em sua recuperação. Terry (Weruche Opia) sua brilhante e cuidadosa melhor amiga e Kwame (Paapa Essiedu) que enfrenta sua dose como um homem negro gay, este que também passou por uma traumática experiência.
Dentre gritos abafados e o silêncio subsequente que assombra tantas pessoas ao redor do mundo, o texto de Coel é genial, aumentando assim o volume de uma conversa mais do que necessária sobre a cultura do estupro, além de ensinar o que é abuso e o que é consentimento.
A trama questiona constantemente o privilégio branco e mostra a obsessão geracional com as redes sociais.
Mesmo que imperdível, prepare-se para a temática, caso contrário, veja algo mais leve.
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