Nossa colunista Karla entrou 2021 querendo desencalhar as leituras que estão acumuladas e aproveitamos essa super lista de livros para te sugerir. Afinal, são histórias indicadas por uma professora de Literatura!
Por Karla Kélvia
Livros, livros me mais livros! A minha lista foi baseada em um único critério: preciso desencalhar a minha leitura! Muitos dos livros abaixo já estão na minha estante, esperando que eu me organize e seja mais objetiva.
Um dos meus maiores defeitos é a falta de foco para coisas pessoais (com estudos e trabalho eu sou sempre pontual).
Esta coluna faz parte de um projeto pessoal que me motive a me concentrar mais em leitura e no consumo de arte no geral. Prometendo que vou tentar ler esses e mais!
Confira as dicas:
1. Sagarana, de Guimarães Rosa
Sagarana traz cenários e personagens típicos do interior do país, mais especificamente do sertão de Minas Gerais. A linguagem inventiva do livro é outro aspecto que distinguiria para sempre o autor no campo da literatura brasileira.
Ao mesmo tempo em que incorpora fragmentos essenciais da oralidade sertaneja, pescando regionalismos e recuperando antigas expressões de linguagem do sertão, Rosa inova com a criação de neologismos cuidadosamente lapidados. Dentre os nove contos que fazem parte do livro, destacam-se os célebres A hora e vez de Augusto Matraga, Conversa de bois e O burrinho pedrês.
2. Em busca de abrigo, de Jojo Moyes
Afastada da mãe desde a juventude, quando fugiu de sua pequena cidade rural na Irlanda, Kate jurou que seria uma mãe presente. Mas a vida é um ciclo que se repete, e Kate agora precisa encarar o abismo que surgiu entre ela e a filha, Sabine.
Prestes a viajar para encontrar a avó que nunca conheceu, Sabine não está nada animada. Mas a natureza impetuosa e inquisitiva da jovem forçará a avó a encarar seus segredos há muito enterrados e a fará perceber que talvez tenha chegado a hora de finalmente curar as feridas do passado.
Em busca de abrigo é uma trama cheia de surpresas, assim como a vida real.
3. A Outra Senhora Parrish, de Liv Constantine
A fascinante história de uma mulher fria e manipuladora e um “casal de ouro” abastado, por uma incrível nova voz do suspense psicológico. Amber Patterson não aguenta mais.
Está cansada de ser uma ninguém: uma mulher sem graça e invisível que não se destaca na multidão. Ela merece mais ― uma vida de dinheiro e poder como a que Daphne Parrish, a deusa loira dos olhos azuis, tem e não valoriza.
Para todos na pequena cidade de Bishops Harbor, em Connecticut, a socialite e filantropa Daphne e seu marido Jackson, o magnata do mercado imobiliário, são um casal que parece recém-saído de um conto de fadas. A inveja de Amber poderia consumi-la por dentro… Se ela não tivesse um plano.
Amber usa da compaixão de Daphne para se inserir na vida da família ― o primeiro passo de um esquema meticuloso para destruí-la.
Em pouco tempo, ela se torna a amiga mais próxima de Daphne, vai para a Europa com os Parrish e suas duas belas filhas, e se aproxima de Jackson. No entanto, um fantasma de seu passado pode destruir tudo que ela construiu e, se seu segredo for descoberto, seu plano perfeito pode ir por água abaixo.
Com reviravoltas chocantes e segredos tão profundos que deixarão o leitor sem fôlego até o final da história, A outra sra. Parrish é um thriller repleto de emoções e completamente viciante, escrito por mãos diabolicamente imaginativas.
4. Ensaio sobre a Cegueira, de José Saramago
Um motorista parado no sinal se descobre subitamente cego. É o primeiro caso de uma “treva branca” que logo se espalha incontrolavelmente. Resguardados em quarentena, os cegos se perceberão reduzidos à essência humana, numa verdadeira viagem às trevas.
O Ensaio sobre a cegueira é a fantasia de um autor que nos faz lembrar “a responsabilidade de ter olhos quando os outros os perderam”.
José Saramago nos dá, aqui, uma imagem aterradora e comovente de tempos sombrios, à beira de um novo milênio, impondo-se à companhia dos maiores visionários modernos, como Franz Kafka e Elias Canetti.
Cada leitor viverá uma experiência imaginativa única. Num ponto onde se cruzam literatura e sabedoria, José Saramago nos obriga a parar, fechar os olhos e ver.
Recuperar a lucidez, resgatar o afeto: essas são as tarefas do escritor e de cada leitor, diante da pressão dos tempos e do que se perdeu: “uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos”.
5. O Sol é para todos, de Harper Lee
Um dos maiores clássicos da literatura mundial. Nesta emocionante história ambientada no Sul dos Estados Unidos da década de 1930, região envenenada pela violência do preconceito racial, vemos um mundo de grande beleza e ferozes desigualdades através dos olhos de uma menina de inteligência viva e questionadora, enquanto seu pai, um advogado local, arrisca tudo para defender um homem negro injustamente acusado de cometer um terrível crime.
Uma história sobre raça e classe, inocência e justiça, hipocrisia e heroísmo, tradição e transformação, O sol é para todos permanece tão importante hoje quanto foi em sua primeira edição, em 1960, durante os anos turbulentos da luta pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos.
Considerado um dos romances norte-americanos mais importantes do século XX, O sol é para todos surpreende pela atualidade de seu enredo e estilo.
A lamentável permanência do tema, o racismo, percorre a narrativa de Scout, criança sensível, filha do advogado Atticus Finch, responsável pela defesa de um homem negro acusado de estuprar uma mulher branca em Maycomb, pequeno município de Alabama, no sul dos Estados Unidos, no início dos anos 1930.
Os sentimentos que cercam a família e a cidade de Scout – desde que Atticus se dispôs a cuidar do famigerado caso – são nossos velhos conhecidos: preconceito racial e social, conformismo diante das injustiças e a mais pura malícia destilada em relações banais e familiares.
7. Cem anos de solidão, de Gabriel García Marquez
O livro mais importante de Gabriel García Márquez. Em Cem anos de solidão, um dos maiores clássicos da literatura, o prestigiado autor narra a incrível e triste história dos Buendía – a estirpe de solitários para a qual não será dada “uma segunda oportunidade sobre a terra” e apresenta o maravilhoso universo da fictícia Macondo, onde se passa o romance.
É lá que acompanhamos diversas gerações dessa família, assim como a ascensão e a queda do vilarejo. Para além dos artifícios técnicos e das influências literárias que transbordam do livro, ainda vemos em suas páginas o que por muitos é considerado uma autêntica enciclopédia do imaginário, num estilo que consagrou o colombiano como um dos maiores autores do século XX.
Em nenhum outro livro García Márquez empenhou-se tanto para alcançar o tom com que sua avó materna lhe contava os episódios mais fantásticos sem alterar um só traço do rosto.
Assim, ao mesmo tempo em que a incrível e triste história dos Buendía pode ser entendida como uma autêntica enciclopédia do imaginário, ela é narrada de modo a parecer que tudo faz parte da mais banal das realidades.
Cem anos de solidão é uma obra grandiosa e atemporal, sobre a qual é possível construir diversos paralelos com a nossa própria existência.
8. Jane Eyre, de Charlotte Bronte
Jane Eyre, romance de estreia da consagrada e renomada escritora inglesa Charlotte Brontë, narra a história de vida da heroína homônima.
Quebrando paradigmas e criticando a realidade vitoriana da época, Jane Eyre desafia o destino imposto às mulheres e as posições sociais que elas deveriam ocupar.
Recheado de características góticas, o romance possui personagens inesquecíveis e transformadores, como a figura do misterioso Rochester, patrão de Jane e peça vital da narrativa.
9. Reparação, de Ian McEwan
Na tarde mais quente do verão de 1935, na Inglaterra, a adolescente Briony Tallis vê uma cena que vai atormentar a sua imaginação: sua irmã mais velha, sob o olhar de um amigo de infância, tira a roupa e mergulha, apenas de calcinha e sutiã, na fonte do quintal da casa de campo.
A partir desse episódio e de uma sucessão de equívocos, a menina, que nutre a ambição de ser escritora, constrói uma história fantasiosa sobre uma cena que presencia.
Comete um crime com efeitos devastadores na vida de toda a família e passa o resto de sua existência tentando desfazer o mal que causou.
10. Doutor Sono, Stephen King
Mais de trinta anos depois, Stephen King revela a seus leitores o que aconteceu a Danny Torrance, o garoto no centro de O iluminado, depois de sua terrível experiência no Overlook Hotel.
Em Doutor Sono, King dá continuidade a essa história, contando a vida de Dan, agora um homem de meia-idade, e Abra Stone, uma menina de doze anos com um grande poder.
Assombrado pelos habitantes do Overlook Hotel, onde passou um ano terrível da infância, Dan ficou à deriva por décadas, desesperado para se livrar do legado de alcoolismo e violência do pai.
Por fim, ele se instala em uma cidade de New Hampshire, onde encontra abrigo em uma comunidade do Alcoólicos Anônimos que o apoia e um emprego em uma casa de repouso, onde seu poder remanescente da iluminação fornece o conforto final para aqueles que estão morrendo.
Ajudado por um gato que prevê a morte dos pacientes, ele se torna o Doutor Sono. Então Dan conhece Abra Stone, uma menina com um dom espetacular, a iluminação mais forte que já se viu.
Ela desperta os demônios de seu passado e Dan se vê envolvido em uma batalha pela alma e sobrevivência dela. Uma guerra épica entre o bem e o mal, uma sangrenta e gloriosa história que vai emocionar os milhões de fãs de O Iluminado e satisfazer os leitores deste novo clássico da obra de King.
11. Sobre os ossos dos mortos, de Olga Tokarczuk
Vencedora do PRÊMIO NOBEL DE LITERATURA
Vencedor do MAN BOOKER INTERNATIONAL PRIZE 2018
A aclamada autora mistura thriller e humor nesta reflexão sobre a condição humana e a natureza.
Subversivo, macabro e discutindo temas como mundo natural e civilização, este livro parte de uma história de crime e investigação convencional para se converter numa espécie de suspense existencial.
Olga Tokarczuk oferece um romance instigante sobre temas como loucura, injustiça e direitos dos animais.
12. A Paixão segundo G.H., de Clarice Lispector
Romance original, desprovido das características próprias do gênero, A paixão segundo G.H. conta, através de um enredo banal, o pensar e o sentir de G.H., a protagonista-narradora que despede a empregada doméstica e decide fazer uma limpeza geral no quarto de serviço, que ela supõe imundo e repleto de inutilidades.
Após recuperar-se da frustração de ter encontrado um quarto limpo e arrumado, G.H. depara-se com uma barata na porta do armário. Depois do susto, ela esmaga o inseto e decide provar seu interior branco, processando-se, então, uma revelação. G.H. sai de sua rotina civilizada e lança-se para fora do humano, reconstruindo-se a partir desse episódio.
A protagonista vê sua condição de dona de casa e mãe como uma selvagem. Clarice escreve: “Provação significa que a vida está me provando. Mas provação significa também que estou provando. E provar pode se transformar numa sede cada vez mais insaciável.”
Nova edição do de um dos mais conhecidos romances de Clarice Lispector, agora com projeto gráfico de Victor Burton e capa criada a partir de pinturas da própria Clarice. Esta edição traz posfácio do cineasta Luiz Fernando Carvalho que adaptou o texto para o cinema.
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