A frase Disney+ no Brasil já é certeira, afinal a largada foi dada e temos inclusive site para cadastramento dos interessados em novas informações sobre serviço de streaming da Disney Company. Mas qual o impacto dessa chegada estrondosa no mercado brasileiro?
Por Willians Glauber
Tínhamos um sonho. Deu tudo certo. É real oficial: a a expressão “Disney+ no Brasil” está prestes a se tornar realidade. E há até mesmo a data dessa realização: 17 de novembro de 2020.
A plataforma de streaming da Disney Company se prepara para chegar em terras tupiniquins. E tudo já está realmente sendo preparado às minúcias, como se percebe ao sabermos que temos inclusive um site para que os fãs, e futuros possíveis assinantes, se cadastrem e recebam em breve novidades sobre o serviço.
Se você quiser ser um dos cadastrados, basta clicar aqui.
Até então, tínhamos um certo entrave jurídico. Explico: a empresa detentora da Claro no país, companhia por trás do serviço de streaming Now, denunciou o Disney+ à ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações) pelo fato de o player gringo estrear com um total de zero produções originais brasileiras no catálogo.
Tal iniciativa conversa diretamente com o que ficou conhecido como Lei da TV Paga, se quiser entender melhor a lei da TV paga, clique aqui.
Isso porque exige a presença de pelo 3h30min semanais (equivalente a um pouco mais de 2%) de conteúdo original brasileiro na programação das empresas de conteúdo audiovisual estrangeiras atuantes no Brasil (o que aqui inclui não só os canais fechados, como também os serviços de streaming).
Na denúncia apresentada, havia o argumento de que a presença de uma nova empresa de streamings estrangeira no país sem as devidas produções brasileiras originais no catálogo traria à tona uma concorrência injusta.
Ainda mais se levarmos em consideração o fato de que o Disney+ já chega no mercado nacional com um nome forte.
Mas tudo já foi esclarecido! A ANATEL liberou a Disney Company e temos até declaração Diego Lerner, presidente da The Walt Disney Company Latin America, não só confirmando o lançamento para novembro, como deixando um vislumbre de que conteúdo original local será produzido inevitavelmente.
E eis que Disney+ chega no Brasil. Tá, mas qual o cenário que teremos?
Quais os impactos que teríamos na distribuição e produção original do audiovisual brasileiro?
A primeira análise a ser feita é justamente em relação à qualidade das produções brasileiras a serem produzidas.
Bom recapitular que hoje os serviços de streaming de maior força no mercado nacional são Netflix e Globoplay, tendo como concorrência também, ainda que em menor escala, o aplicativo da HBO (vale lembrar que o novo streaming HBOMax tem data prevista de chegar ao Brasil em 2021).
Somado à equação Netflix, Globoplay e HBO, entra também o Amazon Prime Video, que inclusive contratou nomes da própria HBO e de outros canais a caba estrangeiros atuantes no país para fortalecer o time por trás das produções originais dele.
Esse pequeno panorama leva o nicho de mercado a uma maior preocupação quanto à competitividade do que será produzido por essas plataformas, já que a disputa por audiência tende a ser ainda mais acirrada com a chegada de um streaming de tamanho impacto como o Disney+.
Somados às produções Disney, o catálogo do serviço traz consigo produtos audiovisuais com as marcas Fox (atual 21th Century Studios), Hulu, ESPN, Marvel, National Geographic, Star Wars e Pixar.
Além, é claro, de produções originais como as novas séries ambientadas no universo cinematográfico da Marvel, como Falcão e o Soldado Invernal, WandaVision e Loki; As de live-actions, como A Dama e o Vagabundo; E até High School Musical: O Musical – A Série, junto com muitos outros filmes, séries e desenhos animados estarão já disponíveis no catálogo do Disney+.
Esse fato, por si só, já torna a empresa um player perigoso em um mercado que precisa disputar a atenção dos milhões de assinantes todo santo dia.
Mantendo-se a obrigação de o Disney+ produzir séries, filmes e documentários originais brasileiros, o aquecimento local quanto à produção fará com que o termômetro quase exploda.
Estaríamos diante de um mercado audiovisual mais aquecido portanto? Só o tempo e os anúncios de desenvolvimento de produções originais poderão dizer. Mas uma coisa é certa: a qualidade dessas produções terá que ser ainda mais elevada. E para isso, será demandada uma concentração cada vez maior de profissionais gabaritados para tais trabalhos.
Outro aspecto externo, que somado à chegada do Siney+ no país, pode levar a uma movimentação mais significativa nos balanços dos streamings no Brasil é o fato de estarmos à beira de uma recessão bastante difícil.
O que vai acabar obrigando as famílias brasileiras a terem que reduzir gastos e por consequência se manterem assinantes de talvez apenas um serviço de streaming, no máximo dois.
O que em bom português significa que esses quatro imperadores do mercado de streamings no Brasil terão que estar dispostos a operar mudanças nos modelos de negócio ou apenas na condução do planejamento em si.
O que vai ditar isso é como a recessão vai impactar o dia a dia do brasileiro, portanto já deixe a possibilidade no radar.
Um último aspecto a ser considerado nessa análise é o fato de que há produções tanto da Disney, quanto da antiga Fox, espalhadas por outros streamings presentes no Brasil.
Havendo o Disney+ no país, tais filmes, séries e documentários teriam que, em tese, se concentrar na plataforma oficial da Disney Company, visto que é a detentora de tais obras. Ainda que devagar, é uma movimentação mais do que acertada.
Essa debandada deixará muitos, muitos mesmo, buracos nos catálogos dos serviços de streamings atuantes no país.
Visto que a diversidade, não só a qualidade, claro, das produções é um dos maiores fatores levados em consideração pelos assinantes na hora de pagar a mensalidade das plataformas, presenciaremos um correr muito veloz atrás do prejuízo.
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