A Cultura Pop está em constante mudança, muito mais até do que outros setores do entretenimento como um todo e a segmentação dessa cultura, os nichos, são um caminho sem volta
Por Willians Glauber
Dia desses eu me deparei com o tuíte de uma jornalista que se mostrava bastante surpresa ao ver que completos “desconhecidos” brotavam aqui e acolá com mais de um milhão de seguidores nas mídias sociais. E ainda acrescentou que talvez ela estivesse vivendo em uma bolha, pois nunca havia ouvido falar daquela pessoa antes.
A mesma lógica a gente pode usar para entender como tais bolhas não só existem na Cultura Pop como vêm se tornando o novo normal dentro do entretenimento.
PEQUENO, PORÉM GRANDIOSO
Sabe aquele cantor que pra você é o Sol no seu universo musical, mas que quando o apresenta a um amigo, ele nunca sequer ouviu falar daquele nome?
Pois é, esse é um exemplo prático de como a Cultura de modo geral vem se nichando em redutos de fandoms cada vez mais segmentados e com uma audiência própria, pequena se comparada a outras, mas na maioria das vezes bastante potente.
Isso acontece entre cinéfilos, fãs de música, gamers, seguidores de canais de Youtube e viciados em séries. Cada produção não massiva, muitas vezes nem muito comercial ou blockbusterizada, acaba reunindo ao redor de si seletos grupos de fãs que passa a inseri-la no próprio micro universo deles.
E com esse cenário como pano de fundo, a gente entra na nova paisagem da Cultura Pop, que cada vez mais está setorizada entre nanos, micros, minis, médios, gigantes fandoms que farão de tudo para que determinada série, filme, jogo, canal, curta-metragem, música ou expressão artística seja apreciado por quem também tem características semelhantes a esses atuais fãs.
Isso serve tanto para um filme do Marvel Studios, como para aquele cantor paraibano que milhares de pessoas amam enlouquecidamente. Estamos vivenciando nossas existências estruturadas em bolhas culturais e referenciais.
Não acredita? Faça um teste simples e compare os perfis de filmes, séries, atores, cantores e artistas que você segue com os que o seu melhor amigo segue.
Haverão coisas em comum, certamente, mas haverá aqueles nomes que ele segue e você não, como vice e versa.
CELEBRANDO OS NICHOS
E por que essas centenas de nichos precisam ser bem-vistos e celebrados dentro da Cultura Pop?
Bom, primeiro que nem precisa ser expert no assunto para entender que a diversidade de produções à disposição aumenta exponencialmente.
Além disso, muitos artistas talentosos hoje têm a chance de reunir consigo grupos de fãs que vão dar valor e apreciar a arte deles.
Assim, passamos a ter uma Cultura Pop mais rica, cuja variedade de ecossistemas abriga todos os tipos e estilos de vida.
Não existe mais aquela obra que faz sucesso entre 90% da população mundial. Temos a impressão de que, por exemplo, nós marvetes fazemos parte de um grupo gigantesco planetário de amantes dos filmes de super heróis, mas existe um número muito maior dos que sequer nem sabem quem é o Homem-de-Ferro.
Temos a sensação de que somos a maioria, porque somos barulhentos, apaixonados e devotos dos nossos heróis. Mas é pura ilusão.
E isso nos leva para um último ponto que se trata da relativização do sucesso. Para que uma obra seja considerada sucesso ou fracasso hoje, tal análise precisa levar em consideração o objetivo dela e o alcance que ela pretendia de ter tido ao ser lançada.
Se um álbum vende três mil cópias e ele é de uma banda indie folk com uma pegada instrumental experimental, ele pode ser considerado um baita hit entre os fãs de folk.
Algo que provavelmente seria considerado fracasso se pegássemos como exemplo um lançamento de Lady Gaga ou Katy Perry, que conversam com um fandom gigantesco ao redor do mundo.
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