Ted Chiang e sua nova coletânea de contos A Expiração está entre nós. Isso depois de seu livro de contos com história que deu origem ao filme A Chegada
Por Redação PodPOP
Ted Chiang, um dos mais aclamados autores de ficção científica da atualidade, é o que podemos chamar de avis rara. Nos últimos vinte anos, lançou apenas duas coleções de contos, sendo que a mais recente, Expiração, chega às livrarias brasileiras agora em julho pela Intrínseca.
Sua publicação anterior, História da sua vida e outros contos, ganhou notoriedade pelo texto que deu origem ao filme A Chegada, de Denis Villeneuve. O longa com Amy Adams recebeu oito indicações ao Oscar de 2017, incluindo a de Melhor Filme.
O ritmo próprio de escrever de Chiang, que produz, em média, um conto por ano, tem justificativa: suas histórias são irretocáveis e, não à toa, ele já foi premiado múltiplas vezes com os principais prêmios dedicados à literatura sci-fi — são quatro Nebulas, quatro Hugos e quatro Locus.
Expiração reúne nove contos, sendo dois inéditos e sete deles publicados em diferentes mídias entre 2005 e 2015 — incluindo a história que dá título ao livro, vencedora do prêmio Hugo em 2009.
O texto traz a alarmante mensagem de uma civilização mais avançada que nós e já extinta, cujos habitantes usam cilindros de ar no lugar de pulmões. Eles acreditavam que, dessa forma, viveriam para sempre, até que um cientista resolveu investigar a si mesmo e fez uma descoberta fascinante.
Os dois contos inéditos — Ônfalo e A ânsia é a vertigem da liberdade — estão nas últimas páginas. O primeiro relata a história contada em forma de prece por uma arqueóloga em um mundo onde a ciência e a religião se complementam.
Já o texto final do livro apresenta um gadget que permite contato com versões diferentes de nós mesmos, que fizeram outras escolhas durante a vida e estão, agora, vivendo as consequências desses caminhos em uma linha do tempo diferente.
A nova coletânea mescla contos curtos, como O que se espera de nós, de apenas quatro páginas — que descreve uma tranca de carro que prevê o movimento humano levantando questões sobre o livre-arbítrio —, e histórias mais longas, como O ciclo de vida dos objetos de software, com mais de 100 páginas — que traça um paralelo do abandono animal e da ética aos seres sencientes com avançados mascotes digitais chamados “digientes”.
Em Expiração, a assinatura de Ted Chiang é latente: as histórias construídas em torno não apenas de bases científicas, mas também de ideias filosóficas, éticas e religiosas, dão à ficção científica um aspecto profundamente humano.
“Em Expiração, Chiang volta a apresentar experimentos mentais elaborados em narrativas que parecem familiares no começo. Assuntos contemporâneos envolvendo bioética, realidade virtual, livre-arbítrio e determinismo, viagem no tempo e usos de inteligência artificial em robôs orientam uma prosa simples e direta.”
— The New Yorker
“Os contos de Chiang são notáveis pela fusão de puro intelecto e emoção. No cerne de cada um, há um conceito profundo e rico, um fascínio metafísico ou mistério científico, entremeado por uma narrativa de refinada sensibilidade humana e alma.”
— The Washington Post
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