Um Crush Para o Natal prova que precisamos de mais diversidade e representatividade nos clichês que aprendemos a consumir sem questionar
Por Willians Glauber
Quando você pensa em filmes de comédia romântica, qual a primeira imagem que vem na sua cabeça? Quando você pensa em filmes de Natal, qual a primeira imagem que surge na sua memória? Deixa eu ver se consigo adivinhar: um pôster com um casal hetero e branco (com certeza magro).
Sim, por décadas a fio nós fomos bombardeados por histórias sem nenhum tipo de diversidade. Por isso mesmo, quando um filme de Natal, que também é uma comédia romântica, protagonizado por um casal gay no qual um deles é negro, por consequência isso acaba chamando a atenção da audiência.
A Netflix resolveu quebrar alguns tabus e investir nessa história simples, bonita e inspiradora chamada Um Crush Para o Natal.
Nela, Peter está prestes a viajar à casa dos pais para o Natal e decide que desta vez a solteirice dele não vai mais ser motivo dos comentários da família. Para isso, ele propõe ao melhor amigo de anos, Nick, para ambos inventarem a história de que depois de tanto tempo eles acabaram se apaixonando e virando namorados.
Mas o que ele não esperava é que a mãe dele já o aguarda com uma carta na manga: ela arrajou um encontro às cegas entre o filho e o personal trainer dela.
A história se desenrola sem medo de dar ao espectador todos os clichês românticos e bobinhos de uma comédia romântica natalina, porém, sob os olhos de dois homens.
Nela não há qualquer espaço para os lugares comuns quando se trata de filme com temática gay: a homofobia, a dificuldade de se aceitar ou a luta contra preconceitos ou o estereótipo da frivolidade masculina tão típicos quando temos um longa taxado como “filme gay”.
O que se quer trazer à tona com toda a trajetória dos protagonistas é a capacidade de inspiração que uma história como essa, repleta de diversidade e representatividade das minorias, tem de impactar positivamente os fãs de ambos os subgêneros.
O filme consegue mostrar que independente de quem esteja protagonizando uma história do tipo, a unica coisa que importa é o fato de duas pessoas estarem à procura da felicidade, independentemente se elas são um homem e uma mulher, dois homens, alguém branco e um outro alguém negro.
E é isso o que nós LGBTQIA+ e as pessoas pretas sempre quiseram: se verem representados com protagonismo e ao mesmo tempo em um lugar de naturalidade, que foge dos estereótipos, que nos trata como seres humanos com particularidades, defeitos e qualidades, perfeitamnete capazes de protagonizar histórias inspiradoras.
Philemon Chambers, o ator que interpreta Nick e inclusive está no primeiro longa da carreira, é o primeiro homem negro a protagonizar um filme de Natal co temática gay. Um marco que em uma sociedade ideal sequer deveria existir.
Mas é justamente sobre isso, precisamos de mais diversidade quando se trata de protagonistas não só de filmes natalinos, como dos tantos outros subgêneros. Não basta nos representarem, é preciso que haja compromisso de colocar holofotes sobre grupos que por séculos ficaram sob a escuridão das sombras e dar a eles a complexidade que têm.
Por isso mesmo precisamos de filmes de Natal protagonizados por mulheres lésbicas; comédias românticas que acompanhem uma mulher ou um homem trans em busca do amor; e tantos outros subgêneros com protagonismo diverso, seja ace, PCD, gordo, não binário…
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