A Ia generativa realmente abalou as estruturas da produção de conteúdo multiplataforma no mundo todo, mas estamos diante de um paradoxo que vai dar bug no sistema
Por Willians Glauber
Ok, o mais novo rebuliço (adoro essa palavra) no mundinho de inteligência artificial é o Deep Seek, concorrente direto do Chat GPT. Outros rebuliços virão, outros Deep Seeks, outros Chats GPT… contudo, o mais intrigante nessa história toda ninguém tá trazendo à tona.
Vamos a um exemplo prático: um estudo feito pela startup Originality AI descobriu que 54% dos textos publicados, em inglês, dentro do LinkedIn são gerados por inteligência artificial generativa.
Pois bem, uma IA que gera conteúdo “original” precisa necessariamente se basear em textos, imagens, sons previamente produzidos de forma inédita por seres humanos. Basta ver as fontes indicadas pelas próprias IAs quando entregam o resultado do que lhes foi pedido.
Pois bem, em um mundo digital no qual cada vez mais se usa a IA generativa para produzir conteúdo, para “criar”, com o passar do tempo a própria vai começar a se basear nela mesma.
Logo, quanto menos conteúdo inédito produzido, checado, escrito, cantado, tocado, filmado, analisado, criado por seres humanos, menos referências originais essas ferramentas de IA terão.
Um paradoxo que pode levar essa matrix a um colapso. Sim, a IA generativa precisa do conteúdo produzido por seres humanos. Talvez estejamos entrando em uma era na qual o trabalho árduo de cérebros pensantes e criativos venha a ser mais valorizado do que o contrário. E a culpa será da IA generativa. Tomara.
Sou um pragmático esperançoso. E o que melhor resume a forma como vejo essa coisa da IA no mundo é aquela frase que circula há um tempo na internet e que diz mais ou menos assim:
“Quero que a IA lave a minha louça e limpe a minha casa para eu ter mais tempo para criar, não que ela crie no meu lugar e me dê mais tempo para fazer os trabalhos domésticos.”
No fim, a IA precisa mais da gente do que a gente dela.
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